3.3 Conclusão - O dilema do porco espinho - como encarar a solidão (Leandro Carnal)
CONCLUSÃO - Solitários do mundo, afastai-vos [...] "Cultivo da solidão é o cultivo do Outro que nos habita". (Carnal citando Cristian Dunker) [...] Apenas na solidão tornada solitude eu consigo um período de mínimo distanciamento para redescobrir quem eu sou e, acima de tudo, quem eu não sou. [...] Atuo e existo em grupo, sou lobo de uma pequena ou gigantesca matilha. A solidão é o lugar privilegiado para distinguir as vozes do mundo, incluindo as que me definiram e eu incorporei. Acalmar a gritaria não é porque eu seja neurastênico ou nervoso, não porque os outros são falsos e eu verdadeiro. Isolar-se nunca é para descobrir alguma essência mágica no fundo da minha consciência, mas porque que eu preciso me ouvir e ouvir minha contradição. Precisa emergir o outro. [...] Ordeno-me e me acalmo percebendo meu caos interior. [...] Isolar-se é perceber coisas que o cotidiano e a multidão não permitem. Isolar-se é ouvir a si e ao outro em si. [...] Entre o isolame...