3.1 O dilema do porco espinho - como encarar a solidão (Leandro Carnal)
CAPÍTULO 4 - O Deus da solidão
[...] Nosso cérebro é sugestionável, e isso é explorado das mais diversas formas por tentações mais contemporâneas. Publicações intercalam anúncios a matérias de seu interesse. Por vezes fundem jornalismo e publicidade. Folheando (alguém ainda faz isso?) uma revista ou jornal, o leitor se depara com uma propaganda de certo alimento. Com fome, seu cérebro pode acionar o desejo por consumir o que se anuncia. Mesmo sem fome, isso funciona. Mesmo as matérias que não trazem publicidade, mas que criam diálogos que se autoreforçam, podem criar uma sugestão na mente do leitor incauto. Em publicações com linhas editoriais claras, de tanto lermos que um evento é benéfico, tendemos a concordar se já estamos predispostos a isso. Na linha oposta, leitores com outras predisposições encontram outras formas de reforço em outros veículos de mídia. O mesmo para programas de TV, internet e redes sociais. Estas últimas, na verdade, tem seu inteiro funcionamento baseado na estratégia demoníaca quem combina desejo/predisposição, oferta e reforço positivo. Você quer, tome um e mais um; volte, pois sempre haverá mais do que você gosta, dizem os algoritmos que programam nossas leituras e visualizações.
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[...] A solidão do eremita também revela um receio ou pavor de alguma ameaça iminente, algo que visceralmente o impele a viver sozinho, como se o outro fosse a raiz de seus problemas. [...]
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