6.1 Documentação Pedagógica (Sueli A. Mello, Maria Carmem S. Barbosa, Ana Lúcia G. de Faria)
PARTE I - DOCUMENTAR A VIDA DAS CRIANÇAS NA ESCOLA DA INFÂNCIA
DOCUMENTAR PROCESSOS, RECOLHER SINAIS
Mara Davoli
[...] Esse processo de deixar e recolher rastros [...] Não são apenas memória de algo que já aconteceu, são também processos que nos permitem compreender como fizemos o que fizemos. (p. 28)
Observar, interpretar, documentar, construir
Observar é um ato de conhecimento
"Observar" significa acima de tudo "conhecer". [...] Quando nos dispomos a fazer algo, não vamos "despidos", mas temos algumas perguntas que nos levam a refletir sobre nossos imaginários. (p.28)
Tal como acontece na investigação científica. quanto mais hipóteses tenhamos sobre uma determinada situação, mais capacitados estaremos para compreendê-la. [...] observar implica repensar, pensar sem pré-conceitos. (p. 28-29)
Documentar para narrar, descrever, interpretar e construir.
[...] Pois, se eu experimentei a variação com a cor, por exemplo, o que eu aprendi me ajuda a entender a variação na linguagem musical. Esta forma de trabalhar com meninos e meninas deve nos ajudar a construir com eles uma maneira de pensar que os ajude a aprender: não se trata de enfatizar conceitos, mas os processos de aprendizagem. (p.31)
[...] Pois, se eu experimentei a variação com a cor, por exemplo, o que eu aprendi me ajuda a entender a variação na linguagem musical. Esta forma de trabalhar com meninos e meninas deve nos ajudar a construir com eles uma maneira de pensar que os ajude a aprender: não se trata de enfatizar conceitos, mas os processos de aprendizagem. (p.31)
Observação, documentação e interpretação constituem três partes inseparáveis de um mesmo processo.
[...] Quanto mais situações são criadas para refletir em grupo, mais rico será esse processo, pois mais pontos de vista se manifestam. (p. 32)
[...] Quanto mais situações são criadas para refletir em grupo, mais rico será esse processo, pois mais pontos de vista se manifestam. (p. 32)
Decisões prévias ao processo de documentação
O que, como e para que documentar?
Para documentar, a primeira coisa que, em minha opinião, devemos perguntar é: Que tipo de documentação queremos? Por que? E para quem? [...]
A outra coisa de que temos de nos convencer rapidamente é que temos de ser capazes de escolher. [...](p. 32)
Escolher não significa perder de vista o contexto, mas focar em algumas coisas específicas. (p. 33)
Para documentar, a primeira coisa que, em minha opinião, devemos perguntar é: Que tipo de documentação queremos? Por que? E para quem? [...]
A outra coisa de que temos de nos convencer rapidamente é que temos de ser capazes de escolher. [...](p. 32)
Escolher não significa perder de vista o contexto, mas focar em algumas coisas específicas. (p. 33)
Que instrumentos?
[...]
Outra questão é decidir que tipo de instrumentos escolhemos para documentar cada situação com o grupo concreto de meninos e meninas em nossa escola: a cotidianidade, a coletividade, os projetos....
[...]
Outra questão é decidir que tipo de instrumentos escolhemos para documentar cada situação com o grupo concreto de meninos e meninas em nossa escola: a cotidianidade, a coletividade, os projetos....
[...] temos as folhas onde registramos as observações subjetivas relativas a cada criança e que comporão depois seus dossiês individuais, as transcrições, a documentação da parede ou as documentações projetadas em páginas que se sucedem como em um livro.; isto é, material bruto. (p.35)
[...]
Os suportes (murais, expositores, prateleiras, dossiês...) existentes na escola também são importantes. (p. 35)
A documentação, instrumento de estudo e de comunicação
Ouro aspecto da documentação é a comunicação. Uma pergunta fundamental que deve ser feita antes de decidir o instrumento que usaremos, ou o suporte mais adequado capaz de captar o processo, é: a quem eu quero comunicar? [...] (p. 36)
[...]
Uma vez definido o contexto amplo do estudo, possivelmente por meio da discussão em grupo, podemos escolher um aspecto significativo ou um momento concreto sobre o qual queiramos nos aprofundar, sem perder de vista o contexto. (p. 38)
[...] O problema é pretender dar muitas coisas às famílias sem priorizar a qualidade sobre a quantidade. (p. 38)
[...] A agenda ou o caderno de cada grupo, além de ser um instrumento de comunicação diária com famílias, também pode ser entendida como uma forma de escrever a história de um grupo de crianças ou como um instrumento de escrita diária do processo vivido. [...] A agenda fica na escola e as crianças levam para casa durante o ano, ora uma criança, ora outra. Assim, podemos olhar para trás no tempo para episódios passados. Também é útil para as professoras responsáveis por um grupo de meninos e meninas de três anos reler o que suas companheiras professoras fizeram no ano anterior com crianças da mesma idade. (p. 39)
Documentar para dar visibilidade ao processo
[...] Algumas produções vão para casa uma vez por ano (às vezes são presentes para momentos específicos) e outras são mantidas na escola durante os três anos, sempre disponíveis nas prateleiras para crianças e famílias. Meninos e meninas gostam muito de ver o que faziam quando eram menores, o que, além do prazer de se verem mais velhos, pode dar origem à reflexão. (p. 40)
[...]
Certamente os meninos e meninas, tanto na escola de 0 a 3 como na escola de 3 a 6, contam o mundo inteiro dentro de um desenho. E realmente, o mundo está nesses desenhos.
Em suma, não há uma única forma de documentar, não há receitas. (p. 41)
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