Modernidade Liquida (Zigmunt Bauman)
[...] Mas o que aprendemos antes de mais nada da companhia dos outros é
que o único auxílio que ela pode prestar é como sobreviver em nossa
solidão irremível, e que a vida de todo mundo é cheia de riscos que
devem ser enfrentados solitariamente. (´p. 49)
[...] tendemos a ver a vida dos outros como obra de arte. e tendo-as visto assim, lutamos para fazer o mesmo. (p. 106)
[...] tendemos a ver a vida dos outros como obra de arte. e tendo-as visto assim, lutamos para fazer o mesmo. (p. 106)
[...] A produção de mercadorias como um todo substitui hoje "o mundo dos objetos duráveis" pelos "produtos perecíveis projetados para a obsolescência imediata". (p. 109)
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A obediência aos padrões (uma maleável e estranhamente ajustável obediência aos padrões eminentemente flexíveis acrescento) tende a ser alcançada hoje em dia pela tentação e pela sedução e não mais pela coerção - e aparece sob o disfarce do livre-arbítrio em vez de revelar-se como força externa. (p. 110)
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A liberdade de tratar o conjunto da vida como uma festa de compras adiadas significa conceber o mundo como um depósito abarrotado de mercadorias. Dada a profusão de ofertas tentadoras, o potencial gerador de prazeres de qualquer mercadoria tende a se exaurir rapidamente. (p. 114)
[...] De fato, a modernidade é, talvez mais que qualquer outra coisa, a história do tempo: a modernidade é o tempo em que o tempo tem uma história. (p. 140)
[...] De fato, a modernidade é, talvez mais que qualquer outra coisa, a história do tempo: a modernidade é o tempo em que o tempo tem uma história. (p. 140)
[...] O tempo se tornou dinheiro depois de ter se tornado uma ferramenta (ou arma?) voltada principalmente a vencer a resistência do espaço: encurtar as distâncias, tornar exequível a superação de obstáculos e limites à ambição humana. Com essa arma, foi possível estabelecer a meta da conquista do espaço e, com toda seriedade, iniciar sua implementação. (p. 142)
[...] A passagem do capitalismo pesado ao leve, da modernidade sólida à fluida, pode vir a ser um ponto de inflexão mais radical e rico que o advento mesmo do capitalismo e da modernidade, vistos anteriormente como os marcos cruciais da história humana, pelo menos desde a revolução neolítica. (p. 160)
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A "escolha racional" na era da instantaneidade significa buscar a gratificação evitando as consequências, e particularmente as responsabilidades que essas consequências podem implicar. Traços duráveis de gratificação de hoje hipotecam as chances das certificações amanhã [...] (p. 162)
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A história é uma marcha em direção a uma vida melhor e de mais felicidade? Se isso fosse verdade, como o saberíamos?
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Mas a autoconfiança - o sentimento traquilizador de que se está "firme no presente" - é o único fundamento em que a fé no progresso se apoia, então não surpreende que em nossos tempos a fé seja oscilante e fraca. (p. 167)
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Os medos, ansiedades e angústias contemporâneos são feitos para serem sofridos em solidão. Não se somam, não se acumulam numa "causa comum", não tem endereço específico, e muito menos óbvio. (p. 186)
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As principais fontes de lucros - em especial, e portanto do capital de amanhã - tendem a ser, numa escala sempre em expansão, ideias e não objetos materiais. As ideias são produzidas uma vez apenas, e ficam trazendo riqueza dependendo do número de pessoas atraídas como compradores/clientes/consumidores - e não do número de pessoas empregadas e envolvidas na reaplicação do protótipo. Quando se trata de tornar as ideias lucrativas, os objetos da competição são os consumidores e não os produtores. Não surpreende, pois, que hoje o principal compromisso do capital seja com os consumidores. (p. 190)
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