4 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
A saúde vem logo à mente (conforme pormenorizado anteriormente no capítulo 11), no sentido de que emoções perturbadoras e relacionamentos nocivos já foram identificados como fatores de risco para doenças. Aqueles que conseguem gerenciar suas vidas emocionais com mais serenidade e autoconsciência parecem tem uma vantagem clara e considerável na saúde. (p. 13)
PARTE UM - O CÉREBRO EMOCIONAL
1 - Para que servem as emoções?
Cada tipo de emoção que vivenciamos nos predispõe para uma ação imediata; cada uma sinaliza para uma direção que, nos decorrentes desafios enfrentados pelo ser humano ao longo da vida, provou ser a mais acertada. À medida que, ao longo da evolução humana, situações desse tipo foram se repetindo, a importância do repertório emocional utilizado para garantir a sobrevivência da nossa espécie foi atestada pelo fato de esse repertório ter ficado gravado no sistema nervoso humano como inclinações inatas e automáticas do coração. (p. 30)
[...]
Para melhor ou para pior, a forma como avaliamos situações complicadas com que nos deparamos e nossas respostas a elas são moldadas não apenas por nossos julgamentos racionais ou nossa história pessoal, mas também por nosso passado ancestral. (p. 31)
Agir impulsivamente
A própria raiz da palavra emoção é do latim movere - "mover" - acrescida do prefixo "e-", que denota "afastar-se", o que indica que em qualquer emoção está implícita uma propensão para agir de imediato. Essa relação entre ação e reação imediata fica bem claro quando observamos animais ou crianças; é somente em adultos "civilizados" que tantas vezes detectamos a grande anomalia no reino animal: as emoções - impulsos arraigados para agir - divorciada de uma reação óbvia. (p. 32)
[...] Diante das novas tecnologias que permitem perscrutar o cérebro e o corpo como um todo, os pesquisadores descobriram detalhes fisiológicos que permitem a verificação de como diferentes tipos de emoção preparam o corpo para diferentes tipos de resposta. (p. 32)
Nossas duas mentes
A empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto a apreensão do sentido das palavras contidas numa página impressa. (p. 34)
[...] Há uma acentuada gradação na proporção entre controle racional e emocional da mente; quanto mais intenso o sentimento, mais dominante é a mente emocional - e mais inoperante a racional.
essas duas mentes, a emocional e a racional, na maior parte do tempo opera em estreita harmonia, entrelaçando seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo. (p. 35)
[...] Em muitos ou na maioria dos momentos, essas mentes se coordenam de forma bela e delicada; os sentimentos são essenciais para o pensamento e vice-versa. mas quando surgem as paixões, esse equilíbrio se desfaz: é a mente emocional que assume o comando, inundando a mente racional. (p. 35)
Como o cérebro evoluiu
Da mais primitiva raiz, o tronco cerebral, surgiram os centros emocionais. Milhões de anos depois, na evolução dessas áreas emocionais, desenvolveu-se o cérebro pensante, ou "neocórtex", o grande bulbo de tecidos ondulados que forma as camadas externas. O fato do cérebro pensante ter se desenvolvido a partir das emoções revela muito acerca da relação entre razão e sentimento; existiu um cérebro emocional muito antes do surgimento do cérebro racional. (p. 36)
[...]
O neocórtex do Homo Sapiens, muito maior que o de qualquer outra espécie, acrescentou tudo que é distintamente humano. O neocórtex é a sede do pensamento; contém os centros que reúnem e compreendem o que os sentidos percebem. Acrescenta a um sentimento o que pensamos dele - e permite que tenhamos sentimentos sobre ideias, arte, símbolos, imagens. (p. 37)
[...] O neocórtex abriga a sutileza e a complexidade da vida emocional, como capacidade de ter sentimentos sobre nossos sentimentos.
[...] Como raiz da qual surgiu o cérebro mais novo, as áreas emocionais entrelaçam-se, através de milhares de circuitos de ligação, com todas as partes do neocórtex. Isso se dá aos centros emocionais imensos poderes de influenciar o funcionamento do restante do cérebro - incluindo seus centros de pensamento.
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