2.1 Walden (H. D. Thoreau)
ONDE E PARA QUE VIVI
Temos de aprender a redespertar e nos manter despertos, não por meios mecânicos, mas por uma infinita expectativa da aurora, que não nos abandona nem mesmo em nosso sono mais profundo. Desconheço fato mais estimulante do que a inquestionável capacidade do homem de elevar sua vida por um esforço consciente. Já é uma grande coisa ser capaz de pintar um quadro ou esculpir uma estátua, e assim dar beleza a alguns objetos; mas muito mais glorioso é esculpir e pintar o próprio meio e atmosfera que nosso olhar atravessa, o que podemos fazer moralmente. Afetar a qualidade do dia, tal é a arte suprema. Todo homem tem a tarefa de tornar sua vida, mesmo nos detalhes, digna de ser contemplada estando ele em sua hora mais crítica e elevada. Se recusarmos ou, melhor, desperdiçarmos a menor informação que temos, os oráculos podem nos informar claramente como proceder. (p. 95)
[...] Se a locomotiva assobiar, deixem que assobie até enrouquecer. Se o sino tocar, para que correr? Avaliaremos o tipo de música que tocam. [...] (p. 101)
O tempo é apenas o rio em que vou pescando. Bebo nele; mas, enquanto tomo sua água, vejo o leito arenoso e percebo como é raso. A corrente rala desliza e vai embora , mas a eternidade permanece. [...]
(p.102)
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