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Mostrando postagens de 2019

2.7 Walden (H. D. Thoreau)

CONCLUSÃO Todo homem é senhor de um reino ao lado do qual o império terreno do czar não passa de um estado minúsculo, um montículo deixado pelo gelo. Mesmo assim, existem aqueles que não têm respeito por si mesmos e são patriotas, e sacrificam o maior ao menor. Eles amam o solo de duas sepulturas, mas não têm qualquer afinidade com o espírito que ainda  pode lhes estar animando o barro da existência. [...]  (p. 303) [...] Mesmo que você aprenda a falar todas as línguas e a seguir os costumes de todas as nações, que viaje mais longe do que todos os viajantes, adapte-se a todos os climas e faça a Esfinge dar com a cabeça contra a pedra, obedeça sempre ao preceito do antigo filósofo, e Explora-te a ti mesmo. [...] (p. 304)      Deixei a mata por uma razão tão boa quanto a que me levou para lá. Talvez me parecesse que eu tinha várias outras vidas a viver, e não podia dedicar mais tempo àquela. É notável a facilidade e a insensibilidade com que caímos numa ...

2.6 Walden (H. D. Thoreau)

PRIMAVERA [...] Seríamos abençoados se vivêssemos sempre no presente, e aproveitássemos toda ocorrência que nos sucede, como o capim que revela a influência do mais leve orvalho a umedecê-lo, em vez de gastar nosso tempo expiando a perda de oportunidades passadas, o que dizemos ser nosso dever. Tardamo-nos no inverno quando já é primavera. [...]  (p. 297) "Um retorno à bondade realizado diariamente no hálito tranquilo e benéfico da manhã faz com que, em respeito ao amor à vida e o ódio ao vício, a pessoa se aproxime um pouco da natureza primitiva do homem, como os brotos da floresta que foi derrubada. De modo semelhante, o mal das virtudes que começam a brotar novamente se desenvolvam e os destrói. "Depois que os germes da virtude foram assim impedidos muitas vezes de se desenvolver, o hálito benéfico do anoitecer não basta para preservá-los, a natureza do homem já não se diferencia muito da do animal. Os homens, ao ver a natureza deste homem como a do animal, pens...

2.5 Walden (H. D. Thoreau)

LEIS SUPERIORES [...] A objeção prática ao consumo de carne, em meu caso, era a impureza; além disso, depois de apanhar, limpar, cozinhar e comer meu peixe, eu não me sentia essencialmente nutrido. Era uma coisa insignificante e desnecessária, e custava mais do que rendia. Um pouco de pão ou algumas batatas teriam dado na mesma, com menos incômodo e menos sujeira. [...] A lagarta voraz, quando transformada em borboleta (...) e o gusano glutão quando convertido em mosca se contentam  com uma ou duas gotas de mel ou del algum outro líquido doce. O abdômen sob as asas da borboleta ainda representa a larva. Este é o petisco que tenta seu destino insetívoro. O comilão é um homem em estado larvar, e existem nações inteiras nesta condição, nações sem fantasia nem imaginação, traídas por seus vastos abdomens. (p. 207) [...] Os maiores valores e ganhos são os mais difíceis de ser apreciados. Não raro chegamos a duvidar que existam. Logo os esquecemos. Eles são a mais alta realidade. ...

2.4 Walden (H. D. Thoreau)

VISITAS [...] Para gozar a mais íntima companhia com aquilo dentro de nós que está acima ou além de nossas palavras, temos não só de manter o silêncio, mas geralmente guardar uma distância física que, de qualquer maneira, impediria ouvir a voz do outro. [...] (p. 140) [...] Você não precisa firmar sua reputação com os jantares que oferece. [...] (p. 141) [...] podem existir homens de gênios nos graus mais baixos da vida, por mais humildes e incultos que sejam, que sempre têm sua própria visão das coisas ou simplesmente não fingem ver; que são tão profundos como se julgava ser o Lago Walden, embora possam ser escuros e lamacentos. (p. 148) [...] Os velhos enfermos e tímidos, de qualquer idade e sexo, pensavam mais em doenças, acidentes súbitos e morte; a vida lhes parecia cheia de perigos - que perigo existe se você não pensa em nenhum? [...]  O fundo da questão é que, se um homem está vivo, há sempre o perigo de que possa morrer, embora se deva reconhecer que é um perigo pro...

2.3 Wladen (H. D. Thoreau)

SOLIDÃO [...] Com o pensamento, podemos estar ao nosso próprio lado, num sentido saudável. Por um esforço consciente da mente, podemos nos elevar acima das ações e de suas consequências; e todas as coisas, boas e más, passam por nós como uma torrente. Não estamos totalmente envoltos na natureza. Posso ser a madeira flutuando na correnteza ou Indra no céu olhando-a das alturas. Posso ser afetado por uma apresentação teatral; por outro lado, posso não ser afetado por um acontecimento real que parece me dizer muito mais a respeito. Só me conheço como entidade humana; o palco, por assim dizer, de pensamentos e afetos; e percebo uma certa duplicidade graças à qual posso me afastar de mim mesmo como de outrem. Por mais intensa que seja minha experiência, tenho consciência da presença e da crítica de uma parte de mim, a qual, por assim dizer, não é parte de mim, mas é um espectador, que não partilha a experiência, mas toma nota dela; e que não é você nem sou eu. Quando a peça ou, talvez,...

2.2 Walden (H. D. Thoreau)

LEITURA [...] Gastamos mais em praticamente qualquer item de nossa saúde ou falta de saúde física do que em nossa saúde mental. [...] (p. 111)

2.1 Walden (H. D. Thoreau)

ONDE E PARA QUE VIVI Temos de aprender a redespertar e nos manter despertos, não por meios mecânicos, mas por uma infinita expectativa da aurora, que não nos abandona nem mesmo em nosso sono mais profundo. Desconheço fato mais estimulante do que a inquestionável capacidade do homem de elevar sua vida por um esforço consciente. Já é uma grande coisa ser capaz de pintar um quadro ou esculpir uma estátua, e assim dar beleza a alguns objetos; mas muito mais glorioso é esculpir e pintar o próprio meio e atmosfera que nosso olhar atravessa, o que podemos fazer moralmente. Afetar a qualidade do dia, tal é a arte suprema. Todo homem tem a tarefa de tornar sua vida, mesmo nos detalhes, digna de ser contemplada estando ele em sua hora mais crítica e elevada. Se recusarmos ou, melhor, desperdiçarmos a menor informação que temos, os oráculos podem nos informar claramente como proceder. (p. 95) [...] Se a locomotiva assobiar, deixem que assobie até enrouquecer. Se o sino tocar, para que correr...

2. Walden (H. D. Thoreau)

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ECONOMIA [...] A opinião pública é um fraco tirano comparada à nossa opinião sobre nós mesmos. O que um homem pensa de si, é isso o que determina ou, melhor, indica seu destino. [...] (p. 21) [...] Mas uma característica da sabedoria é não fazer coisas desesperadas. [...] Nunca é tarde demais para abandonar nossos preconceitos. Não se pode confiar às cegas em nenhuma maneira de pensar ou agir, por mais antiga que seja. [...] [...] A idade não é melhor, e sequer tão boa mestra quanto a juventude, pois mais perdeu do que ganhou. Até duvido que o mais sábio dos homens tenha realmente aprendido algo de valor absoluto na vida. Na prática, os velhos não tem nenhum conselho muito importante para dar aos jovens; a experiência deles foi tão parcial e suas vidas forma, por razões particulares, fracassos tão miseráveis quanto eles mesmos devem saber; mas pode ser que lhes tenha restado alguma fé que desminta essa experiência, e agora seriam apenas não tão jovens quanto antes. [...] ...

Prisioneiras do Espelho (Michele Engelke)

Conclusão [...] Ter uma narcisista como mãe também aumenta a chance de ter sido vítima de  abuso psicológico/emocional. [...] De acordo com o narcisista, títulos conferem direitos especiais ao indivíduo. [...] A sua mãe narcisista usa da autoridade materna para manipular você, tanto psicológica como emocionalmente, para que você acredite ser seu dever servir aos interesses dela. [...] Por intermédio da indisponibilidade afetiva e emocional, a sua mãe abusa da sua carência e amor de filha para que você se concentre nas necessidades dela, detendo também, assim, o seu desenvolvimento. Como reflexo da imagem da própria mãe, a sua individualidade tem e sempre terá relevância secundária. [...] Acreditar na sua mãe narcisista é desacreditar em si mesma. O relacionamento de vocês duas sempre será desigual e contraproducente ao seu amor-próprio. Exercendo a minha liberdade pessoal por meio do amor-próprio [...]Após anos de ataques verbais, você cresceu e se tornou uma mulher adulta e capaz...

Prisioneiras do Espelho (Michele Engelke)

4. REIVINDICANDO VOCÊ  "Errar é humanm De vítima a mestre de sua atitude [...] A conscientização de que o seu relacionamento com a sua mãe narcisista é verdadeiramente tóxico, veio com o tempo, provavelmente em uma etapa mais adulta. A perpetuação do processo de vitimização na idade adulta ´é uma escolha sua. 4.1 Para encerrar com o abuso narcisista Você não pediu para nascer; Você é a especialista na sua própria vida; Você não é sua mãe narcisista; A sua mãe precisa muito mais de você do que você dela. O presente e o futuro pertencem a você Cortando contato com a mãe narcisista [...] A sua mãe não reconhece erros no próprio comportamento ao contrário do que acontece com pessoas equilibradas psicologicamente. [...] o abuso narcisista não para, isso quer dizer que não tem e nunca terá fim. [...] O comportamento abusivo e impróprio da sua mãe narcisista não é uma exceção, mas a regra. Você será livre para ser você mesma; Você se tornará livre para...

Prisioneiras do Espelho (Michele Engelke)

3. FILHAS DE MÃES NARCISISTAS [...] Seja tímida ou extrovertida, de caráter forte ou maleável, aventureira ou dependente, você sofre com o ônus de uma educação narcisista. 3.1 A baixa autoestima [...] Como ela só valida o que beneficia a si mesma, seus talentos e qualidades únicas suas são ignoradas. Se você demonstra uma habilidade que excede a de sua mãe, esta aptidão e desconsiderada ou rejeitada. Os onze fundamentos da baixa autoestima 1. Você tem um senso de identidade frágil; 2. Você sofre com o perfeccionismo; 3. Você duvida das suas competências; 4. Você se autossabota psicologicamente: [...] Sempre receosa diante da possibilidade de uma nova decepção, você contém seus verdadeiros sentimentos. Sem conseguir estabelecer uma conexão saudável  entre quem é e o que passa, projeta uma imagem de imparcialidade e inacessibilidade emocionais. Esta fachada de autoconfiança faz com que você mantenha um relacionamento superficial com o que faz e com as outras pess...

Prisioneiras do Espelho (Michele Engelke)

2. OS MITOS DA MÃE NARCISISTA  [...] Você a apresentou aos seus amigos receosa da eventualidade de ser humilhada e exposta, só para ouvir como a sua mãe é "agradável" e uma "ótima anfitriã". (Pag. 69) [...] [...] O comportamento da sua mãe perante os outros é pura encenação, nada mais do que uma mentira. (Pag. 70) 2.1 Ela é uma boa mãe [...] Fazer uma crítica a sua mãe é interpretado erroneamente como cuspir na cara da Virgem Maria. Tabu. [...] Você, filha de mãe narcisista, pagou com o seu amor-próprio para se tornar membro desta instituição. Só que no seu lugar, a experiência de filha não corresponde ao que a instituição abdica. É como comprar um ingresso para uma comédia açucarada e acabar na sala de cinema errada assistindo O Massacre da Serra Elétrica. [...] Diferentemente do que se veicula nos comerciais de dia das mães, ela não lhe abraça forte para consolá-la quando você se sente triste. Quando você precisa dela, nunca está disponível, s...

Prisioneiras do Espelho (Michele Engelke)

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1. MÃES NARCISISTAS 1.1 O que é narcisismo? A palavra narcisismo se origina do mito grego de Narciso, jovem orgulhoso, cuja beleza era admirada por todos. Em uma caminhada ao lado do rio, Narciso vê seu reflexo na água pela primeira vez. Apaixonado pela própria imagem, ele se mantém junto ao rio para melhor apreciá=la. Por recusar-se a abandoná-la, Narciso morre no local, admirando a sim mesmo. [...] Tudo o que diz respeito da pessoa narcisista opera em contraste com a sua baixa autoestima. Por ter uma senso de identidade defeituoso, tem dificuldade de autoavaliação e de se autorregular emocionalmente. 1.2 O Antagonismo Um dos termos que descreve o comportamento da sua mãe narcisista de forma mais acurada é o antagonismo, ou seja, um sentimento de hostilidade e oposição. Tudo que a sua mãe faz ou abdica, está inversamente relacionado ao que ela é ou sente. [...] Por ter um senso de identidade vulnerável, a sua mãe necessita permanentemente de confirmação. [...] Por ser incapaz ...

O fio das missangas (Mia Couto)

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O cesto [...] afinal, nem envelheci. Envelhecer é ser tomado pelo tempo, um modo de ser dono do corpo. E eu nunca amei o suficiente. Como a pedra, que não tem espera nem é esperada, fiquei sem idade. A saia amarrotada [...] Ensinaram-me tanta vergonha em sentir prazer, que acabei sentindo prazer em ter vergonha. [...] Uma tristeza de nascença me separava do tempo,. As outras moças, das vizinhanças, comiam para não ter fome. Eu comi a própria fome. A despedideira [...] Falar é outra coisa, é essa ponte sagrada em que ficamos pendentes, suspensos sobre o abismo. [...] Era essa tarde, já descaída em escuro. Ressalvo. Diz-se que a tarde cai. Diz-se que a noite também cai. Mas eu encontro o contrário: a manhã é que cai. Por um cansaço de luz, um suicídio da sombra. Lhe explico. São três os bichos que o tempo tem: manhã, tarde e noite. A noite é que tem asas. Mas são asas de avestruz. porque a noite as usa fechadas, ao serviço de nada. A tarde é a felina criatura. Espr...