4.9 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.

10 - Administrar com o coração

[...] Os efeitos destrutivos causados por um péssimo temperamento, trabalhadores intimidados ou chefes arrogantes - ou qualquer das dezenas de outras variedades  de deficiências emocionais encontradas no local de trabalho - passariam em grande parte despercebidos por aqueles que estão de fora do ambiente. Os custos dessa deficiência, porém, podem ser constatados através do decréscimo no nível da produtividade, no aumento das perdas de prazo, em erros e acidentes, e no êxodo de funcionários para ambientes em que se sintam melhor. Há, nos baixos níveis de inteligência emocional no trabalho, inevitavelmente, um custo para o balanço final. Quando isso se generaliza, as empresas desabam e vão à ruína. 
O custo-benefício proporcionado pela inteligência emocional é uma ideia relativamente nova nas empresas que alguns administradores hesitam em levar em consideração. (p. 167-168)
[...]
Do lado positivo, imaginem como são proveitosas para o trabalho as aptidões emocionais básicas - estar sintonizado com os sentimentos daqueles com quem tratamos, saber lidar com discordâncias para que elas não cresçam, saber entrar em fluxo na execução de um trabalho. Liderar não é dominar, mas, sim, a arte de convencer as pessoas a trabalharem com vistas a um objetivo comum. E, em termos de condução da própria carreira, talvez não haja nada mais essencial do que saber o que sentimos a respeito do quê - e que mudanças nos deixariam de fato satisfeitos com o nosso trabalho. (p. 168)


A crítica é a tarefa número um
[...] assim como a saúde emocional de um casal depende da forma como eles externam suas queixas, também a eficiência, satisfação e produtividade das pessoas no trabalho dependem de como lhes são transmitidos os problemas incômodos. (p. 170)


A pior maneira de motivar alguém
Quando o chefe não diz imediatamente o que sente, isso leva a um lento acúmulo de frustração. E aí, um dia, explode. Se a crítica tivesse sido feita antes, o empregado poderia ter corrigido o problema. Muitas vezes, as pessoas criticam apenas quando a coisa transborda, quando ficam iradas demais para conterem-se. E é ai que fazem a crítica da pior forma, num tom de sarcasmo mordaz, co um monte de reclamações que guardaram para si, ou fazem ameaças. Esses ataques são como um tiro que sai pela culatra. São recebidos como afronta, e quem os recebe, fica, por sua vez, com raiva. É a pior maneira de motivar alguém. (p. 172)


As raízes do preconceito
Os preconceitos são um tipo de aprendizado emocional que ocorre na tenra idade, o que torna difícil erradicar esse tipo de reação, mesmo nas pessoas que, adultas, acham errado tê-la. (p. 175)


Não tolerar a intolerância
Mas tudo que sabemos sobre as raízes do preconceito e como combatê-lo eficazmente sugere que é esse tipo de atitude - fazer vistas grossas a atos tendenciosos - que permite que a discriminação viceje. Nada fazer, nesse contexto, é um ato importante em si, deixando o vírus do preconceito espalhar-se livremente. (p. 176-177)


Sabedoria organizacional e QI de grupo
A ideia de que há uma inteligência de grupo vem de Robert Sternberg, psicólogo de Yale, e de Wendy Williams, uniersitário, que tentaram entender porque alguns grupos trabalhavam de forma mais eficaz que outros. Afinal, quando as pessoas se reúnem para trabalhar em equipe, cada uma porta consigo certos talentos - digamos, de influência verbal, criatividade, empatia ou conhecimento técnico. Embora o grupo não possa ser mais "inteligente" que a soma total dessas forças específicas, pode ser muito mais burro caso seus mecanismos internos não permitam que as pessoas exibam seus talentos. (p. 179)
[...]
Um dos importantes fatores para a maximização da excelência de um grupo era o quanto os participantes eram capazes de criar um clima de harmonia interna, de forma que o talento de cada um fosse aproveitado. O desempenho geral de grupos harmoniosos era facilitado pela existência de um membro particularmente talentoso; [...] Mas  a harmonia permite a um grupo aproveitar ao máximo as capacidades mais criativas e talentosas de seus membros. (p, 179)

[...] As estrelas de uma organização são muitas vezes aqueles que têm fortes ligações em todas as redes de comunicação, conhecimento e confiança. (p. 181)

[...] À medida que serviços baseados no conhecimento e no capital intelectual se tornam mais fundamentais para as empresas, melhorar a maneira como as pessoas trabalham em equipe será uma grande forma de influenciar o capital intelectual, o que faz uma crítica diferença competitiva. Para prosperar, senão para sobreviver, as empresas deveriam desenvolver sua inteligência emocional coletiva. (p. 182)

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