4.15 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
16 - Ensinando as emoções
- O aprendizado não pode ocorrer de forma distante dos sentimentos das crianças. Ser emocionalmente alfabetizado é tão importante na aprendizagem quanto a matemática e a leitura. (p. 278)
[...] É assim que o aprendizado emocional se entranha: à medida as experiências são repetidas e repetidas, o cérebro reflete-as como caminhos fortalecidos, hábitos neurais que entram em ação nos momentos de provação, frustração, dor. (p. 279)
Post-mortem: uma briga que não houve
O que normalmente se transforma em conflito começa, como diz ela, com a "falta de comunicação, em fazer suposições e tirar conclusões, enviar uma mensagem 'dura', tonando difícil a pessoa ouvir o que estamos dizendo. (p. 282)
O bê-á-bá da inteligência emocional
[...] a autoconsciência, cujo objetivo é reconhecer sentimentos, e montar um vocabulário para eles e ver ligações entre pensamentos, sentimentos e reações. [...] A autoconsciência também se dá no reconhecimento de nossas forças e fraquezas, na possibilidade de nos vermos a uma luz positiva, mas realista (com isso evitando uma armadilha comum do movimento de autoestima).
Outra ênfase é no controle das emoções: compreender o que está por trás de um sentimento (por exemplo, a mágoa que dispara a raiva) e aprender como lidar com ansiedades, ira ,tristeza. Ainda outra ênfase é assumir a responsabilidade por decisões e atos e cumprir compromissos.
Uma aptidão social fundamental é a empatia, ou seja, a compreensão dos sentimentos dos outros e a adoção da perspectiva deles, e o respeito às diferenças no modo como as pessoas encaram as coisas. Os relacionamentos são um foco importante, incluindo aprender a ser um bom ouvinte e um bom questionador; distinguir entre o que alguém diz ou faz e nossas reações e julgamentos; ser mais assertivo, e não raivoso ou passivo; e aprender as artes da cooperatividade, solução de conflitos e negociação de compromissos. (p. 284)
Alfabetização emocional nos centros urbanos
[...]Essa lição elementar de ligar um nome a um sentimento, e o sentimento a uma expressão facial que combine com ele, parece tão óbvia que não precisa ser ensinada. Contudo, pode servir como antídoto para lapsos surpreendentemente comuns de alfabetização emocional. (p. 286)
O cronograma emocional
Na verdade os adultos caem muito prontamente na armadilha de esperar que as crianças atinjam um amadurecimento que só irá ocorrer muito mais tarde, esquecendo que cada emoção tem seu momento programado para aparecer no crescimento da criança. (p. 289)
Repensando as escolas, o ensino pelo ser, comunidades que se envolvem
[...] como praticamente toda criança vai a escola (pelo menos no início), este é um lugar que pode proporcionar ás crianças os ensinamentos básicos para a vida que talvez elas não recebam nunca em outra parte. Alfabetização emocional implica um mandado ampliado para as escolas, entrando no lugar de famílias que falham na socialização das crianças. Essa temerária tarefa exige duas grandes mudanças: que os professores vão além de sua missão tradicional e que as pessoas da comunidade se envolvam mais com as escolas.
Talvez não haja outro tema em que a qualificação do professor seja mais importante, uma vez que a maneira como ele lida com a classe é, por si mesma um modelo, uma lição de fato de competência - ou incompetência - emocional. Sempre que um professor responde a um aluno, vinte ou trinta outros aprendem uma lição. [...]
Embora muitos professores possam relutar no início a enfrentar um tópico que julgam tão estranho à sua formação e rotinas, há indícios de que, uma vez que se dispõem a tentar, a maioria fica mais satisfeita do que aborrecida. (p. 294)
Uma missão maior para as escolas
Em suma, o projeto ideal dos programas de alfabetização emocional é começar cedo, ser apropriado à idade, cobrir todo o tempo de escolaridade e entremear os trabalhos na escola, em casa e na comunidade. (p. 295)
A alfabetização emocional faz alguma diferença?
Autoconsciência emocional
- Melhora no reconhecimento e designação das próprias emoções
- Maior capacidade de entender as causas dos sentimentos
- Diferenciar sentimentos e atos
Lidar com relacionamentos
- Maior capacidade de analisar e compreender relacionamentos
- Melhor na solução de conflitos e negociação de desacordos
- Melhor na solução de problemas em relacionamentos
- Mais assertivo e hábil em comunicar-se
- Mais benquisto; amistoso e envolvido com os colegas
- Mais procurado pelos colegas
- Mais preocupado e atencioso
- Mais "pró-social" e harmonioso em grupos
- Maior partilhamento, cooperação e prestatividade
- Mais democrático no lidar com os outros.
Caráter, moralidade e as artes da democracia
Há uma palavra meio fora de moda para definir o conjunto de aptidões que a inteligência emocional representa: caráter. [...] E o filósofo John Dewey diz que uma educação moral é mais poderosa quando as lições são ensinadas às crianças no curso de fatos reais., não apenas como lições abstratas - o modo de alfabetização emocional.
Se o desenvolvimento do caráter é uma das bases das sociedades democráticas, pensem em algumas das maneiras como a inteligência emocional as reforça. O princípio fundamental do caráter é a autodisciplina: a vida virtuosa, como têm observado os filósofos desde Aristóteles, se baseia no autocontrole. [...] "Precisamos ter controle sobre nós mesmos - nossos apetites, nossas paixões - para agir direto com os outros", observa Thomas Lickona, quando escreve sobre educação do caráter. "É preciso ter força de vontade para manter a emoção sob o controle da razão.
[...]
A empatia, como vimos, leva ao envolvimento, ao altruísmo e à piedade. Ver as coisas da perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos e, assim, gera a tolerância e a aceitação das diferenças. (p. 300)
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