4.14 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.

PARTE CINCO - ALFABETIZAÇÃO EMOCIONAL


15 - Quanto custa o analfabetismo emocional
Os educadores  há muito preocupados com as notas baixas dos alunos em matemática e leitura, começam a constatar que existe um outro tipo de deficiência e que é mais alarmante: a analfabetismo emocional. Apesar dos louváveis esforços que visam melhorar o desempenho acadêmico, esse novo tipo de deficiência ainda não ganhou espaço no currículo escolar. Como disse um professor do Brooklyn, a atual ênfase do ensino parece sugerir que "nos preocupamos mais com a qualidade da leitura e escrita dos alunos do que em saber se eles vão estar vivos na semana que vem". (p. 249)


Mal estar emocional
A competitividade econômica, em nível mundial, que barateia o custo da mão de obra, criam forças econômicas que pressionam a família. Vivemos tempos de famílias economicamente acossadas, em que os pais trabalham muitas horas, de modo que os filhos são deixados por sua própria conta e risco ou aos cuidados da televisão, a babá substituta; em que mais crianças do que nunca são criadas na pobreza; em que famílias-de-um-só-pai ou mãe são cada vez mais comuns; em que mais bebês e crianças pequenas são deixados em creches tão mal equipadas que equivalem ao abandono. Tudo isso acarreta, mesmo para pais bem-intencionados, a perda, cada vez maior, de incontáveis oportunidades para pequenos e protetores intercâmbios com seus filhos, fundamentais para o desenvolvimento das aptidões emocionais. (p. 252)


Domando a agressão
Não há, claro, uma única via para a violência e a criminalidade. Há outros fatores, como a criança nascer num bairro de alta criminalidade, onde ficam expostas a mais tentações ao crime e à violência, vir de uma família que vive sob grande tensão, ou viver na pobreza. Mas nenhum desses fatores é determinante para uma vida criminal. Tudo mais sendo igual, as forças psicológicas que atuam em crianças agressivas aumentam muito a probabilidade de virem a ser criminosos violentos. (p. 255)


Prevenindo a depressão
Um novo exame das causas da depressão nos jovens identifica déficits em duas áreas da competência emocional: dificuldade nos relacionamentos, de um lado, e uma maneira de interpretar reveses que promovem a depressão, do outro. Embora parte da tendência à depressão quase certamente se deva a predisposições genéticas, outra parte parece dever-se a hábitos de pensamento pessimistas reversíveis, que predispõem aos jovens a reagir às pequenas derrotas da vida - uma nota ruim, discussões com os pais, uma rejeição social - ficando deprimidos. E há indícios de que a predisposição à depressão, qualquer que seja a origem, é cada vez mais comum entre os jovens. (p. 257)


O preço da modernidade: aumento dos casos de depressão
A virada do milênio iniciou uma Era da Melancolia, do mesmo modo como o século XX se tornou a Era da Ansiedade. Dados internacionais mostram uma espécie de epidemia moderna de depressão que se espalha de mãos dadas com a adoção, em todo o mundo, de modos modernos. Desde o início de século XXI, cada nova geração tem vivido sob maior riso que aquela que a antecedeu de sofrer uma depressão grave - não mera tristeza, mas uma paralisante apatia, desânimo e autopiedade - no transcorrer da vida. E esses episódios estão começando cada vez mais cedo. A depressão na infância, antes praticamente desconhecida (ou, pelo menos, não reconhecida), surge como um dado do panorama moderno. (p. 258)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

7. Ideias para adiar o fim do mundo (Ailton Krenak)

8.1 MINI-HISTÓRIAS (Rapsódias da vida cotidiana nas escolas do Observatório da Cultura Infantil - OBECI

10.1 A CRIAÇÃO DO PATRIARCADO: História da opressão das mulheres pelos homens (Gerda Lerner)