4.7 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
8 - A arte de viver em sociedade
Portanto, controlar as emoções de outra pessoa - a bela arte de relacionar-se com os outros - exige o amadurecimento de duas outras aptidões emocionais: o autocontrole e a empatia. (p. 133)
Portanto, controlar as emoções de outra pessoa - a bela arte de relacionar-se com os outros - exige o amadurecimento de duas outras aptidões emocionais: o autocontrole e a empatia. (p. 133)
[...]
De posse disso, amadurecem as "aptidões pessoais". São competências essenciais eficazes na relação com os outros: aqui, as deficiências conduzem à inépcia no mundo social ou a repetidos desastres. [...] Essas aptidões nos permitem moldar um relacionamento, mobilizar e inspirar os outros, vicejar em relações íntimas, convencer e influencia, deixar os outros à vontade. (p. 134)
Expresse suas emoções
As demonstrações de emoções, claro, causam um impacto imediato. A regra aprendida pela criança é alguma coisa do tipo "Disfarce seus verdadeiros sentimentos para não magoar alguém que você ama; demonstre, em vez disso, um sentimento falso, porém menos ofensivo". Tais regras para expressar emoções são mais do que parte de um manual de boas maneiras sociais; ditam como nossos sentimentos refletem em outra pessoa. Seguir bem essas regras é produzir o impacto ideal; não segui-las, ou segui-las de forma canhestra, implica gerar um devastação emocional.
Os atores, claro, são virtuosos em matéria de demonstrar sentimentos; é a expressividade dele que evoca reação na platéia. E, sem dúvida, alguns de nós nascemos com o dom de representa.r. Mas, em parte porque as lições que aprendemos sobre as regras de exibição variam segundo os modelos que recebemos, as pessoas diferem muito nessa aptidão. (p. 135)
Expressividade e contágio social
John Cacioppo, o psicofisiologista social da Universidade do Estado de Ohio que estudou esse sutil intercâmbio emocional, observa:
- Basta ver alguém manifestar uma emoção e já evocamos em nós esse estado de espírito, quer percebamos que estamos imitando a expressão facial ou não. Isso nos acontece o tempo todo; há uma dança, uma sincronia, uma transmissão de emoções. Essa sincronia de estados de espírito é determinante para que sintamos se uma interação foi boa ou não. (p. 137)
[...]Em suma, quer as pessoas se sintam alegres ou deprimidas, quanto mais fisicamente sintonizados seus contatos, mais assemelhados se tornarão seus estados de espírito.
A sincronia entre professores e alunos indica a intensidade da relação estabelecida entre eles; estudos realizados em sala de aula mostram que quanto mais estreita for a coordenação de movimentos entre professor e aluno, mais eles são amigáveis entre si, satisfeitos, entusiasmados, interessados e abertos na interação. Em geral, um alto nível de sincronia numa interação indica que as pessoas envolvidas gostam umas das outras. (p. 137)
Em suma, a coordenação de estados de espírito é a essência da relação, a versão adulta da sintonia que a mãe tem com seu bebê. (p. 137)
[...] Quando se trata de contatos pessoais, a pessoa que tem uma expressividade mais forte - ou mais poder - é geralmente aquela cujas emoções arrebatam a outra. Os parceiros dominantes falam mais, enquanto o passivo fica olhando para o outro - uma preparação para a transmissão de afeto. Pelo mesmo motivo, a energia de um bom orador - um político ou um pastor evangélico, por exemplo - é canalizada para provocar emoções na platéia. Essa faceta corresponde a dizer que "ele tem a platéia na palma da mão". O arrasto emocional é a essência do poder de influenciar as pessoas. (p. 138)
Rudimentos em inteligência social
Roger - porque possui uma inteligência interpessoal exemplar - é citado por Thomas Hatch, colega de Howard Gardner nas Spectrum, escola que se baseia no conceito de inteligências múltiplas.
[...]
O talento de Roger representa uma entre quatro aptidões distintas que Hartch e Gardner identificam como componentes de inteligência interpessoal:
- Organizar grupos
- Negociar soluções
- Ligação pessoal - Isso facilita estabelecer um relacionamento ou reconhecer e reagir adequadamente aos sentimentos e preocupações das pessoas - a arte do relacionamento. Essas pessoas dão bons "jogadores de equipe", cônjuges confiáveis, bons amigos oi bons parceiros comerciais; no mundo dos negócios, dão-se bem como vendedores ou gerentes, ou podem ser excelentes professores.
- Análise social. (p. 140)
[...]
Mas, os camaleões sociais não dão a mínima para dizer uma coisa e fazer outra, se isso lhes valer aprovação social. Simplesmente convivem com a discrepância entre sua imagem pública e sua realidade privada. A psicanalista Helena Deutsch chamou essa pessoas de "personalidades condicionais", mudando de persona com notável plasticidade à medida que captam sinais dos que a cercam. (p. 140)
[...]
Outro tipo, talvez mais crítico, de automonitoramento parece fazer a diferença entre os que acabam como camaleões sociais à deriva, tentando impressionar todo mundo, e os que sabem usar seu verniz social em conformidade com seus verdadeiros sentimentos. É a capacidade de ser autêntico, como diz o ditado, "Sermos nós mesmos", Que permite agir de acordo com nossos mais profundos sentimentos e valores sem ligas para as consequências sociais. Essa integridade emocional pode muito bem levar a, digamos, deliberadamente provocar um confronto a fim de estabelecer uma duplicidade ou negação - um limpeza do ar que o camaleão social jamais tentaria. (p. 140-141)
Como fabricar um incompetente social
Todos conhecemos Cecils, pessoas com uma irritante falta de traquejo social - pessoas que parecem não saber quando encerrar uma conversa ou telefonema e continuam falando, ignorando todos os sinais e insinuações para que desliguem; pessoas cujas conversas giram em torno de si próprias, sem o menor interesse pelo outro, e que não levam em consideração as débeis tentativas para mudar de assunto; pessoas intrometidas ou que fazem perguntas "inconvenientes". Todos esses desvios do que seria uma suave trajetória social revelam um déficit na edificação rudimentar da capacidade de integrar. (p. 142)
[...]Na verdade, como têm mostrado testes de sensibilidade não verbal em crianças, as que interpretam mal os sinais emocionais tendem a ter um mau desempenho escolar, se comparadas com o seu potencial acadêmico refletido nos testes de QI. (p. 143)
Brilhantismo emocional, relatório de um caso
Se a capacidade de interagir socialmente é atestada pela habilidade de aliviar sentimentos dolorosos, controlar alguém no auge da ira talvez seja a medida última da maestria. Os dados sobre autocontrole de raiva e contágio emocional sugerem que uma estratégia eficaz é distrair a pessoa furiosa, ter empatia com seus sentimentos e ponto de vista e, depois, tentar fazer com que encare os fatos de uma outra forma, de modo a sintonizá-la com uma gama de sentimentos positivos - é uma espécie de judô emocional. (p. 145)
Comentários
Postar um comentário