4.12 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
13 - Trauma e reaprendizado emocional
Reaprendizado emocional e recuperação de um trauma
[...] Dra. Judith Lewis Herman, psquiatra de Harvard cujo trabalho pioneiro traça as etapas para a recuperação de um trauma. Ela vê três etapas: obter uma sensação de segurança, lembrar os detalhes do trauma e lamentar a perda que ele trouxe e, finalmente, restabelecer uma vida normal. Há uma lógica biológica na ordenação dessas etapas, como veremos: essa sequência parece refletir no cérebro emocional, que reaprende que a vida não precisa ser encarada como uma emergência iminente.
O primeiro passo, a reconquista do sentimento de segurança, te por objetivo descobrir formas de acalmar os circuitos emocionais demasiado amedrontados e facilmente disparáveis, bastantes o suficiente para ensejar o reaprendizado. [...]
Outro passo consiste em ajudar os pacientes a reconquistar algum senso de controle sobre o que lhes acontece, um desaprendizado direto da lição de impotência transmitida pelo trauma que sofreram. [...]
Outro passo na cura envolve contar e reconstruir a história sob a proteção dessa segurança propiciada pelo remédio ou pelo relaxamento, o que permite que os circuitos emocionais adquiram uma compreensão e resposta novas e mais realistas à lembrança traumática e seus gatilhos. (p. 228-229)
[...] há sinais específicos de que o trauma foi em grande parte superado. Entre esses sinais estão a redução dos sintomas fisiológicos a um nível controlável e a capacidade de suportar sentimentos associados a lembranças do trauma. Especialmente significativo é não ter erupções de lembranças do trauma em momentos incontroláveis, mas antes poder rememorá-los voluntariamente como qualquer outra lembrança - e, o que é talvez mais importante, afastá-los como qualquer outra lembrança. Finalmente, significa reconstruir uma nova vida, com relações fortes, de confiança, e um sistema de crenças que encontra sentido mesmo num mundo onde acontece tal injustiça. Tudo isso junto são sinais de sucesso na reeducação do cérebro emocional. (p.230)
A psicoterapia como um curso emocional
- Uma vez que nosso sistema emocional aprende alguma coisa, parece que nunca mais nos livraremos dela. O que a terapia faz é ensinar-nos a controlá-la; ensina nosso neocórtex a inibir nossa amígdala. A tendência à impulsividade é suprimida, enquanto a emoção básica sobre ela continua sob contenção.
Considerando que a arquitetura do cérebro está por trás do reaprendizado emocional, o que parece permanecer mesmo após uma psicoterapia bem-sucedida, é uma reação residual, um resto de sensibilidade ou medo original na raiz de um problema emocional perturbador. (p. 231)
[...]
Em suma, as lições emocionais - mesmo os hábitos mais profundamente arraigados do coração, aprendidos na infância -podem ser reformuladas. A aprendizagem emocional é para toda a vida. (p. 232)
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