4.5 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.

6 - Aptidão Mestra
Na medida em que nossas emoções atrapalham ou aumentam nossa capacidade de pensar ou fazer planos, de seguir treinando para alcançar uma meta distante, solucionar problemas e coisas assim, elas definem os limites de nosso poder de usar novas capacidades mentais inatas, e assim determinam como nos saímos na vida. E na medida em que somos motivados por sentimentos de entusiasmo e prazer no que fazemos - ou mesmo por um grau ideal de ansiedade -, esses sentimentos nos levam ao êxito. É nesse sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo nelas. (p. 103)


Controle da impulsividade, o Teste do Marshmallow
[...] embora alguns afirmem que o QI não pode ser mudado e que, portanto, representa uma inflexível limitação do potencial de vida da criança, há amplos indícios de que aptidões emocionais como  o controle de impulso e a interpretação de uma circunstância podem ser aprendidas. (p. 105)


Alta ansiedade, baixo desempenho
A variedade de preocupações relatadas por pessoas que deverão ser submetidas a um teste prediz qual será o desempenho delas. Os recursos mentais despendidos numa tarefa cognitiva - a preocupação - simplesmente minam os recursos existentes para o processamento de outras informações: se ficarmos preocupados com a possibilidade de fracassar na prova que estamos fazendo, teremos menos atenção para ser empregada na resolução das questões. Nossas preocupações se tornam profecias autoconcretizantes, impelindo-nos para o próprio desastre que predizem. (p. 107)


A Caixa de Pandora e Polyanna: a força do otimismo
A esperança, descobrem os pesquisadores modernos, faz mais que oferecer um pouco de conforto na aflição; desempenha um papel surpreendentemente poderoso na vida, oferecendo uma vantagem em domínios tão diversos como no sentido acadêmico e em aguentar empregos opressivos. A esperança, no sentido técnico, é mais do que ma visão otimista de que tudo vai dar certo. Snyder a define com mais especificidade como  a capacidade de "acreditar que se tem a vontade e os meios de atingir as próprias metas, quaisquer que sejam. (p.109)
[...]
Da perspectiva da inteligência emocional, ser esperançoso significa que não vamos sucumbir numa ansiedade arrasadora, atitude derrotista ou depressão diante dos desafios ou reveses difíceis. Na verdade, as pessoas esperançosas mostram menos decepção que as outras ao conduzirem suas vidas em busca de suas metas, são em geral menos ansiosas e têm menos distúrbios emocionais. (p. 110)


Otimismo: O grande motivador
Seligman define o otimismo em termos de como s pessoas explicam a si mesmas seus sucessos e insucessos. Os otimistas veem o fracasso como devido a algo que pode ser mudado, pra que possam vencer da próxima vez, enquanto os pessimistas assumem a culpa pelo fracasso, atribuindo-o a alguma imutável característica pessoal. Essas diferentes justificativas têm profundas implicações sobre como as pessoas reagem à vida. por exemplo, como resposta a uma decepção como a rejeição num emprego, os otimistas tendem a reagir ativa e esperançosamente, formulando um plano de ação, por exemplo, ou buscando ajuda e aconselhamento; veem o revés como uma coisa que pode ser remediada. Os pessimistas ao contrário, reagem a esses reveses supondo que nada podem fazer para que as coisas melhorem da próxima vez, e, portanto, nada fazem em relação ao problema.; justificam os reveses por alguma falha pessoal que sempre os perseguirá. (p. 111)

[...] Enquanto a atitude mental dos pessimistas conduz ao desespero, a do otimista gera esperança.


Fluxo, a neurobiologia da excelência
A capacidade de entrar em fluxo é inteligência emocional no ponto mais alto; o fluxo representa , talvez, a última palavra na canalização das emoções a serviço do desempenho e aprendizado. No fluxo, as emoções são apenas contidas e dirigidas, mas positivas, energizadas e alinhadas com a tarefa que está sendo realizada. (p. 113)
[...]
O fluxo é um estado de autoabandono, o oposto da ruminação e preocupação: em vez de perder-se em cuidados nervosos, as pessoas em fluxo se concentram tanto no que estão fazendo que perdem toda autoconsciência, deixando de lado as pequenas preocupações - saúde, as contas, até mesmo o bem-estar - da vida diária. Nesse sentido, no momento de fluxo as pessoas se tornam desprendidas. Paradoxalmente, as pessoas em fluxo exibem um controle absoluto sobre o que estão fazendo, as reações perfeitamente sintonizadas com as cambiantes exigências da tarefa. E, embora atuem no ponto mais alto quando em fluxo, não se preocupam com seu desempenho, com a questão de sucesso ou fracasso -  o que as motiva é o puro prazer do ato em si. (p. 113)
[...]
O fluxo é um estado sem interferência emocional a não ser por um sentimento compulsivo, altamente motivador, de suave êxtase. Esse êxtase parece ser um subproduto da concentração de atenção que é um pré-requisito do fluxo. Na verdade, a literatura clássica das tradições contemplativas descreve estados de absorção que são sentidos como pura felicidade: fluxo induzido por nada mais que intensa concentração. (p. 114)

[...] Mas uma chave para o fluxo é que ele só ocorre perto do cume da capacidade, onde as aptidões estão bem ensaiadas e os circuitos neurais mais eficientes. (p. 114)


Aprendizado e fluxo, um novo modelo para a educação
Howard Gardner, psicólogo de Harvard que criou a teoria de inteligências múltiplas, vê o fluxo e os estados positivos que o caracterizam como parte da maneira mais saudável de ensinar às crianças, mobilizando-as em vez de utilizar ameaças ou promessas de recompensa. (p. 115)

[...] É quando as crianças se entediam na escola que brigam e pintam o sete, e quando são esmagadas por um desafio é que ficam ansiosas com o trabalho escolar. Mas aprendemos mais quando temos alguma coisa que nos interessa e nos dá prazer quando nos empenhamos nela. (p. 116)

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