4.13 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
14 - Temperamento não é destino
[...] as mulheres de meia idade que relatam terem sido muito tímida na infância, quando comparadas com outras que foram mais extrovertidas, tendem a viver com mais temores e culpas, e também a ter problemas associados a tensão, como enxaquecas, constipação intestinal e problemas estomacais. (p. 235)
Nada me preocupa: o temperamento animado
Richard Davidson, psicólogo da Universidade de Wisconsin [...] descobriu que as pessoas com maior atividade no lobo frontal esquerdo do que no direito são por temperamento animadas: geralmente sentem prazer em estar com outras pessoas e com o que a vida lhes oferece, dando a volta por cima dos reveses [...]. Mas aquelas com maior atividade no lado direito são dadas ao negativismo e ao azedume, e perturbam-se facilmente com os problemas da vida; num certo sentido, parecem sofrer por não poderem evitar a preocupação e a depressão. (p. 237)
[...]
Assim , nós parecemos, por temperamento, preparados para responder à vida segundo um registro positivo ou negativo. A tendência para um temperamento melancólico ou alegre - como para a timidez ou ousadia - surge no primeiro ano de vida, um fato que sugere fortemente que ele seja geneticamente determinado. [...] (p. 238)
Ainda assim, mesmo que essa dimensão básica de temperamento venha de nascença, ou de muito próximo, aqueles que apresentam o padrão da tristeza não estão necessariamente condenados a levar a vida meditativos e excêntricos. O aprendizado emocional adquirido na infância pode ter um profundo impacto no temperamento, ampliando ou reduzindo uma predisposição inata. A granda plasticidade do cérebro na infância indica que as experiências então vividas podem causar um impacto duradouro o esculpir das rotas neurais para o resto da vida. (p. 239)
Domando a amígdala superexcitável
[...] temperamento não é destino. [...] O que é importante são as lições e respostas emocionais que as crianças aprendem durante o seu desenvolvimento. Para a criança tímida, o que importa no início é como ela é tratada pelos pais, e como aprende a lidar com sua timidez natural. Os pais que criam de forma gradual, situações para que os filhos tenham experiências encorajadoras, estão lhes proporcionando uma espécie de corretivo de seu medo, para toda a vida. (p. 239)
[...]
Como observam os geneticistas comportamentais, os genes, por si só, não determinam o comportamento; o ambiente em que vivemos, sobretudo quando experimentamos e aprendemos enquanto crescemos, molda a maneira de uma predisposição temperamental manifestar-se no desenrolar da vida. Nossas aptidões emocionais não são um fato determinado; com o aprendizado certo, podem ser aperfeiçoadas. Isto será ligado à maneira como o cérebro humano amadurece. (p. 241)
Como observam os geneticistas comportamentais, os genes, por si só, não determinam o comportamento; o ambiente em que vivemos, sobretudo quando experimentamos e aprendemos enquanto crescemos, molda a maneira de uma predisposição temperamental manifestar-se no desenrolar da vida. Nossas aptidões emocionais não são um fato determinado; com o aprendizado certo, podem ser aperfeiçoadas. Isto será ligado à maneira como o cérebro humano amadurece. (p. 241)
Infância: momento de boas oportunidades
A psicoterapia - isto é, o reaprendizado emocional sistemático - surge como um exemplo de como a experiência pode, ao mesmo tempo, mudar padrões emocionais e moldar o cérebro. (p.242)
Momentos cruciais
Embora as áreas sensoriais amadureçam durante a primeira infância, e os sistemas límbicos, na puberdade, os lobos frontais - sede do autocontrole emocional, compreensão e hábil resposta - continuam a se desenvolver até o fim da adolescência, num momento qualquer entre os 16 e os 18 anos.
[...] os hábitos adquiridos na infância tornam-se fixos na fiação sináptica básica da arquitetura neural e são mais difíceis de mudar em idade mais avançada. [...] Como vimos, dentre as mais importantes experiências que uma criança pode ter, é a constatação de até onde seus pais são confiáveis e atendem ás suas necessidades, as oportunidades e orientação que a criança tem no aprendizado de como lidar com sua perturbação e controlar o impulso, e a prática da empatia. Pelo mesmo motivo, o abandono ou os maus-tratos, a falta de sintonia de um pai que gira apenas em torno de si mesmo, ou indiferente ou uma disciplina brutal deixam marcas nos circuitos emocionais. (p. 243)
[...]O esculpimento e a poda maciça dos circuitos neurais na infância, podem ser um dos motivos subjacentes pelos quais as primeiras dificuldades e traumas emocionais têm efeitos tão duradouros e generalizados na idade adulta. Também pode explicar por que a psicoterapia muitas vezes leva tanto tempo para alterar um desses padrões - e por quê como vimos, mesmo após a terapia esses padrões tendem a permanecer como tendências subjacentes, embora com uma cobertura de novas intuições e respostas reaprendidas. (p.244)
[...] Grande parte da psicoterapia é, num certo sentido, um remédio mediante orientação e aconselhamento sobre o que, antes, foi distorcido ou completamente perdido. (p. 245)
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