4.6 Inteligência Emocional - A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente - Daniel Goleman, Ph.D.
7 - As origens da empatia
Confusos acerca de seus próprio sentimentos, os alexitímicos ficam igualmente perplexos quando outras pessoas falam do que estão sentindo. Essa incapacidade de registrar os sentimentos de outrem significa que existe um grande défict de inteligência emocional e uma trágica falha no entendimento do que significa ser humano. Pois todo relacionamento, que é raiz do envolvimento, vem de uma sintonia emocional, da capacidade de empatia. (p. 118)
Confusos acerca de seus próprio sentimentos, os alexitímicos ficam igualmente perplexos quando outras pessoas falam do que estão sentindo. Essa incapacidade de registrar os sentimentos de outrem significa que existe um grande défict de inteligência emocional e uma trágica falha no entendimento do que significa ser humano. Pois todo relacionamento, que é raiz do envolvimento, vem de uma sintonia emocional, da capacidade de empatia. (p. 118)
Como se desenvolve a empatia
Uma série de estudos feitos por Marian Radke-Yarrow e Carolyn Zahn-Waxler, do Instituto Nacional de Saúde Mental, mostrou que grande parte dessa diferença em interesse empático tinham a ver como os pais educavam seus filhos. Elas constataram que as crianças eram mais empáticas quando a educação incluía chamar fortemente a atenção para a aflição que o mau comportamento delas causava nos outros: "Veja como você a deixou triste" em vez de "Isso foi malfeito". Também descobriram que a empatia das crianças é igualmente moldada por verem como os outros reagem quando alguém mais está aflito; imitando o que veem, as crianças desenvolvem um repertório de reação empática, sobretudo na ajuda a outras pessoas angustiadas. (p. 121)
A criança bem sintonizada
A sintonização é muito diferente da simples imitação.
- Se você apenas imita um bebê - disse Stern -, isso apenas mostra que sabe o que ele fez, mas não como se sentiu. Para que ele saiba que você sabe como ele sente, é preciso reproduzir os sentimentos íntimos dele de outra forma. Aí o bebê sabe que foi entendido. (p. 122)
Quanto custa a falta de sintonia
Uma prolongada ausência de sintonia entre pai e filho impõe um tremendo tributo emocional à criança. Quando um pai repetidamente não entra em empatia com uma determinada gama de emoções da criança - alegria, lágrimas, necessidade de aconchego -, a criança começa e evitar expressar, e talvez mesmo a sentir, esses tipos de emoção. Dessa forma, presume-se, séries inteiras de emoção para relacionamentos íntimos podem começar a ser apagadas do repertório, sobretudo se durante a infância esses sentimentos continuarem a ser tácita ou expressamente desestimulados. (p. 123)
[...]
Uma mãe, no estudo de Stern, sempre reagia com pouca intensidade ao nível de atividade de seu bebê; o bebê acabou aprendendo a ser passivo.
- Um bebê tratado desse modo, aprende: quando eu fico excitado, minha mãe não fica igualmente excitada, logo, talvez seja melhor nem tentar - afirma Stern. Mas há esperanças nos "relacionamentos reparadores". - Os relacionamentos de toda a vida - com amigos ou parentes, por exemplo, ou na psicoterapia - remodelam continuamente nosso mundo funcional de tê-los. Um desequilíbrio num ponto pode ser corrigido depois; é um processo contínuo, de uma vida inteira. (p. 123)
[...]
Enquanto o abandono emocional parece embotar a empatia, há um resultado paradoxal quando ocorre abuso emocional intenso e constante, incluindo ameaças cruéis e sádicas, humilhações e maldade pura e simples. As crianças que sofrem tais abusos podem tornar-se hiperalertas para emoções daquelas que a cercam, o que é equivalente a uma vigilância pós-traumática para detectar indícios que denunciem ameaça. Essa preocupação obsessiva com os sentimentos dos outros é típica de crianças psicologicamente maltratadas e que, na idade adulta, sofrem os mercuriais altos e baixos às vezes diagnosticados como "distúrbio limite de personalidade". Muitas dessas pessoas têm o dom de sentir o que sentem os que a cercam, e é muito comum relatarem que sofreram abusos emocionais na infância. (p. 124)
A neurobiologia da empatia
Empatia exige bastante calma e receptividade para que os sutis sinais de sentimento de uma pessoa sejam recebidos e imitados pelo cérebro emocional da outra pessoa. (p. 126)
A vida sem empatia: a mente do molestador, a moral do sociopata
Mas ela está em geral, e tragicamente, ausente naqueles que cometem os crimes mais hediondos. Uma falha psicológica é comum em estupradores, molestadores de crianças e muitos perpetradores de violência familiar: são incapazes de empatia. Essa incapacidade de sentir a dor das vítimas lhes permite dizer a si mesmos mentiras que justificam o seu crime. [...] Para os pais violentos: "Isso é pra aprender." Todas as autojustificações foram coletadas a partir do que uma pessoa em tratamento relatam terem dito a si mesmas quando brutalizavam suas vítimas, ou quando estavam em vias de fazê-lo. (p, 128)
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Os psicopatas são notórios por serem ao mesmo tempo encantadores e ao mesmo tempo desprovidos de remorso, mesmo em relação aos atos mais cruéis e impiedosos. A psicopatia, incapacidade de sentir qualquer tipo de empatia ou piedade, ou o mínimo problema de consciência, é um dos defeitos emocionais mais intrigantes. O núcleo de frieza do psicopata parece estar na incapacidade de ir além das mais tênues ligações emocionais. Os mais cruéis dos criminosos, como os sádicos assassinos em série, que se deliciam com o sofrimento de suas vítimas antes de elas morrerem, são exemplos clássicos da psicopatia. (p.129)
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Os psicopatas são também deslavados mentirosos, prontos para dizer qualquer coisa para conseguir o que querem, e manipulam as emoções das vítimas com o mesmo cinismo. (p. 129)
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Como a perspectiva de dor não provoca uma onda de ansiedade, Hare afirma que os psicopatas não se preocupam com punições futuras pelos atos que praticam. E como eles próprios não sentem medo, não há lugar para a empatia - ou piedade - em relação ao medo e à dor de suas vítimas. (p. 131)
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